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Faz 25 minutos que nos vimos. Você estava linda, com um chapéu de palha e um laço cor-de-rosa, um vestido branco com minúsculas flores rosadas, que percorriam as dobras características do tecido, e um encantador sorriso perfumado no rosto. Resplandescia vigor e jovialidade, sua alegria me contagiava de uma maneria que só é possível compreender ao se sentir. Parecia ter vindo de uma cena de um filme romântico, interpretando o papel da jovem protagonista apaixonante andando pelas ruas numa manhã ensolarada de quarta-feira, com quatro baguetes franceses em uma sacola. Esbarrei-me propositalmente em você, na tentativa de capturar milésimos de sua atenção sob minhas roupas velhas e apagadas. Ainda que não tenha sido sua culpa – apenas em parte, pois desde que a avistei, você me fez mudar de rumo e inclusive atravessar a rua que eu não planejava –, você se desculpou da maneira mais graciosa possível e ainda me ofereceu um sorriso simpático em troca.

Faz 26 minutos que nos vimos e você me fez querer participar ativamente desse filme, mesmo eu sendo apenas um figurante.

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