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Mostrando postagens de setembro, 2013

Eu vou te repetir mil vezes: estar só que é o que me incomoda, juro. Eu estou ficando velha demais para curtir festas sozinhas, meus joelhos estão cansados, provavelmente por sua culpa, porque já ajoelhei tanto e fiz tanta promessa pra ficar contigo que por um tempo eu não sabia mais o que era estar de pé. Eu estou ficando velha demais para ir ao cinema sozinha e comprar uma pipoca pequena, quando todo mundo lá dentro está com aqueles super baldes cheios e uma pessoa ao lado. Mas isso não significa que não me parte o coração te ver com ela, mas é só um pouquinho, porque eu não entendo como você pode ser feliz com ela se eu te faria ser pelo menos o homem mais amado do mundo, nada seria entediante com a gente... Aí eu me freio, porque eu fico enfiando na cabeça que eu preciso aceitar que você preferiu ela à mim. Não sou obrigada a ter que te ver feliz acompanhado, por isso não estranha se eu passar por você no corredor e te der um oi sem olhar nos seus olhos. Porque na maioria das v
Durante todo esse tempo que você ficou ao meu lado me ensinando como ser sozinha, tudo indica que fiquei boa nisso. Essa não é minha vida mesmo, essa alegria é emprestada, esse sorriso é postiço. No meu rosto decorado com pó diluível, a maquiagem é à prova de decepção - especial pra quem vaga pela noite sem o retornável desejo de quebrar a cara. Cara, eu só queria te ver mostrando que precisa de mim, vez que outra. Que me amasse com ênfase nas vezes que não mereci ser amada. Que fizesse alguma coisa ao ver outro alguém fazendo isso tudo que você não faz, por mim. Porque, entre me sentir inútil só pra você e me sentir inútil pro resto do mundo, optei pela diversidade.

Toda Vez

Toda vez que eu encosto minha cabeça no seu colo, eu perco um pouco o juízo. Meu coração é tomado por uma paz inexplicável e eu, com minha pose de fera, viro uma gata domesticada e dengosa. Te olho com a cara mais pateta do mundo e o sorriso se alastra pelo meu rosto. Ah, é você de novo. E eu até me esqueço que tem uma semana inteira pela frente. E naquele último segundo em que teus olhos se despedem do meu, eu me estilhaço, frágil, fragmentada. Você é a melhor parte dos meus dias e a dor que toma meu peito é angustiante naquele segundo suspenso em que te vejo ir embora ou a porta do elevador se fecha. Esperar é uma coisa que eu nunca soube fazer muito bem. Com você só piorou, meu peito urge por você, pela tua pele na minha, pela tua voz e teu cheiro. Ai, meu amor, toda vez que você chega, meu corpo vira saudade.
Segurei sua mão quando o ar ficou repleto das palavras que eu havia acabado de vomitar, fria e cínica, nosso fim. Mas não há porque, não, não havia porque te confortar do meu próprio sofrimento. Essa dor é minha, não sua. Você me olhou, como se fosse a última vez que você iria me olhar com sentimento, pegou no meus cabelos e deixou essa lembrança comigo, como você sempre mexia nos meus fios e na minha cabeça e em toda a minha vida. E eu fui embora, sem olhar pra trás, com pressa pelo que podia me esperar agora, com pressa pelo que eu esperava que a partir daquele momento você pudesse fazer, com pressa. O rubor no meu rosto exteriorizava a raiva que assumia lugar em meu coração, cada passo meu dado com o peso de 1, 2, 3, talvez 4, talvez 6 meses passados, pesados demais para serem carregados sozinha. E dessa vez não olhei pra trás, depois da batida da porta; ali pensei que seria a última vez que bateria a porta do seu carro; mas dessa vez, daquela vez, não fui eu quem olhou pra trá

In: Paciência

Não tenho estado Em meu estado Normal Ausentar-se Abstrair-se Perder-se Num canto qualquer Não adianta Continuar Só pra juntar poeira Nesse amor de armazém Estocado Pra se houver alguma emergência Fazer com que nós Em nosso Estado Sobrevivamos Nesse castelo Nessa fortaleza Nessa prisão. Céus Queria que o teto Fosse de vidro Não pra que atirassem pedras Mas pra que pudessémos olhar pra cima E lembrar o que é paraíso Para isso Seria preciso Mostrar imperfeição E como temos medo disso E como temos medo E como somos medo E amor armazenado.

Poema dos dizeres pra um garçom após doses de tequila no fundo de um bar esquisito

Não sei como escapo do meu corpo Que urge em lembrar do seu E do peso dele E da minha escolha Aqui De novo Óvni Ovo É preciso renascer Ou crescer E você não cresce E a gente nem renasce Nem ressurges tu num cavalo branco Branco deveria Ser a cor da utopia Mas quem é que lembraria Que branco nem é cor Branco é a soma E você não some E fica aqui dentro de mim, insone, Igual Estático O mesmo gosto O mesmo desgosto O mesmo desgaste Não sei como escapo do teu corpo Agora deixe-me achar O fundo do copo Que o do poço Eu já achei tem tempo.

Ave Verso

Ave Verso! Vinde avesso Que na pressa Ás vezes Ás avessas O destino aparece Inverso Num universo Singular de infinitos Brinde pelas vezes Que em teus olhos me desconcentro perdido no azul-mar de amar Que me afunila pra dentro Ave-verso Vinde e me permita voar E poder partir Sem me partir de ti Desengaiolar Pra virar verso-passarinho Liberdade te pedi E troquei o céu azul Pela verde grama Ave Verso de Mau Agouro Virei perdiz E os pés andam Bem fincados no chão E nem sei mais Ser feliz.

Três verdades

Eu já chorei 3 vezes esse ano, por 3 pessoas diferentes, e por 3 motivos diferentes. Mas no fim das contas, é sempre porque elas vão embora. Elas sempre vão embora. Eu podia ter fingido em cada um que eu não me importava, como nunca me importei muito com ninguém. Mas a partir do momento que minhas lágrimas caíram incessantes de meus olhos, percorrendo todo meu rosto enquanto eu cuspia qualquer coisa entalada dentro de mim, cada um deles soube. Eu me importava. Mais do que eu podia fingir. Me importo tanto que antes mesmo que eu pudesse pensar em mentir sobre meus sentimentos eu jorrei e derramei verdade. Talvez eu tenha me tornado mais fraca a medida que fico mais velha. Ou mais corajosa, ou mais inconsequente ou menos incomodada com o que os outros vão pensar de mim.

Ah, foi bom

E eu que pensava que te esquecer era difícil, mal sabia que te tirar da minha vida ia ser cem vezes mais doloroso. Na realidade, as duas coisas estão bem associadas, não é? Resolvi te tirar da minha rede social favorita, dos meus planos e pensamentos, da minha rodinha de amigos, de todos os lugares e se eu te visse, imediatamente olhava pra baixo, só pra evitar ser sugada de novo pra dentro dos seus olhos que me chamam incessantemente. E todo dia eu lutava contra mim mesma pra não investigar como andava sua vida só pra ver se eu fazia parte minimamente dela. Mas aí eu percebi seu descaso comigo e me veio uma epifania, me veio que talvez um dia a gente talvez tenha sentido a mesma coisa, ou só eu tenha sentido e fantasiado tanto que você sentia também, que pra mim era verdade. Mas a verdade é que eu nunca quis saber o que você sentia por mim, porque era muito mais fácil ficar no escuro do que tomar um não (inevitável) na cara. Doeu quando eu te tirei da minha vida, doeu quando eu par

We can't be friends

Eu quero começar uma discussão. Eu quero gritar com toda a força que meus pulmões puderem me dar. Quero conter o impulso de socar sua bochecha. Quero dificultar as coisas. Eu quero brigar. Brigar feio. Quero falar coisas que eu nem sabia que queria falar. E falar outras que eu sabia que deveria esconder. Quero pegar outra bebida e derramar na sua camisa. De novo. Eu quero que você me odeie e depois vá atrás de mim quando eu sair descontrolada. Eu quero cuspir no seu rosto e nas suas desculpas. Eu quero fazer você se arrepender. [Quero você] Quero você louco de raiva. Eu quero consertar tudo depois de quebrar, pedaço por pedaço, quase invisíveis. Quase reais. Eu não quero ser mais uma das suas garotinhas idiotas que gostou do que teve e chora sozinha no carro numa sexta à noite enquanto você sai sem olhar pra trás.

Pra Minha Borboletinha

Deixa a dor passar E esse sentimento, põe num casulo Deixa ele lá seguro Até que consigas sozinha Preencher todo o espaço Transformar isso em memória E abandoná-lo no passado Entrar pra história E seguir em frente Que a vida é presente Que um dia você acordará Teu corpo não doerá tanto assim Tuas costas não cederão Ao peso da angústia Que hoje parece sem fim Segue em frente Vira borboleta E aprende a rir mais Das suas incertezas E aprende a pousar Nos lugares certos E aprende a voar Com boas pessoas por perto E voe, voe, voe Pra longe de tanta dor E ria ao olhar pra trás E nem lembrar-se mais do tempo Em que não eras só amor.
Você é meu eterno agosto, rapaz. Louco e amargo. Seu sarcasmo sempre foi o diabo da nossa comunicação, então eu ordeno: tira esse riso sórdido do rosto, não vá pensando que essas palavras jorram da minha boca como placebo pro meu desconforto. A dor é meramente ilustrativa, e psicológica também.