Braços e Sonhos Imobilizados

Eu bem sei que tem um tempo que eu me sinto assim, sabe?
Tão impotente diante das minhas próprias ações.
Tão incapaz de mudar.
Algumas vezes eu fecho os olhos e penso que tudo o que eu desejaria era ter alguém ao meu lado.
Não quero uma amizade qualquer, mas a melhor delas.
Não um amor qualquer, eu queria um amor dos grandes.
Queria, sim, porque não quero mais.
Vou permanecer relutante em me entregar inteiramente na mão de alguém.
A última vez foi demais pra eu suportar.
Eu sei que ninguém se importa com como eu me sinto.
Se meu celular toca ou é a Bih, ou minha mãe ou meu pai.
Talvez a Taís pra falar de algum trabalho da faculdade, mas em suma são eles.
Ninguém vai se importar se eu estiver aqui na frente desse computador afogando as mágoas com a porra da mão doendo e a outra engessada.
Ninguém além da minha família, obviamente. 
Só por eles eu me mantenho aqui, juro.
Se fosse pelos outros eu já tinha morrido. Não estou brincando.
Eu sempre sou a panaca que corre atrás.
Eu sempre sou a babaca que liga e que se importa. 
E adivinha? 
Cansei desse papel.
Ser boazinha é exaustivo e eu, inevitavelmente, estou me tornando mais fria com as pessoas que comigo são ternas, porque lhes falta um "e" no início e alguma hora dessas elas vão embora sem pesar, sem olhar para trás.
A verdade é que eu queria ter um amigo e ultimamente alguns tem tentado em vão. 
Afinal, eu mesma mantenho distância, crio barreiras pra não me envolver além do necessário e acabo restringindo metalmente a entrada das pessoas na minha vida.
Prefiro me manter enclausurada aqui, nos meus pensamentos, no meu desconforto, na minha dor...
Pelo menos isso é meu.
Amigos?
Não sei se os tenho.
Os que tenho nunca vi ou não verei tão cedo.
São frutos da minha imaginação tendenciosa.
Eu não sou do tipo de garota que chama atenção, não me sinto assim.
Ele notou, né?
Ele notou e eu criei essa repulsa.
Nem eu tento me entender...
Só sei que estou repleta de coisas que eu gostaria de mudar sobre mim mesma.
Mas eu simplesmente não consigo mudar.
Minha vida é constituída de não realizações contínuas e impaciência
Porque eu sempre fui paciente demais e agora não me restou nem isso.
E se eu não mudar, eu saberei que o porquê.
Ataram-me os braços meus tolos sonhos imobilizados.

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