Pokémons evoluem

Querido Urso-Mãe,

Você não deve saber, mas de tempo em tempo eu tenho vontade de discutir com alguém. Uma vontade que mais se parece com uma necessidade do que vontade propriamente dita. Preciso discutir o quê quer que seja, não importa o assunto. O que me importa é discutir, enfrentar, conflituar. E você foi o escolhido da vez. Aproveitei de um motivo esdrúxulo para testar tua paciência e contra-argumentação. Esperava que você fosse se desvencilhar ou me apaziguar, das duas uma. Para minha surpresa, porém, você se defendeu melhor do que meu ataque. Tenho de dizer que, apesar da minha atitude aparentemente “estranha”, você foi muito sagaz – para não dizer rude.
Mas você sabia que, de fato, me entristece um pouco como você reagiu diante da nossa amizade esfriada? Não pensava que fosse tão fácil assim para você se acostumar, embora eu saiba que tudo o que você faz é isso: acostumar. Você já me demonstrou, diversas vezes, que contigo as coisas seguem um fluxo involuntário à tua vontade, você apenas se acostuma, nem sequer se dá ao trabalho de procurar a causa do efeito. Mas talvez isso seja um defeito meu, né?
Enfim, o real motivo desta carta não é te acusar, tampouco apontar “defeitos”, meus ou teus. Vejo que ambos somos culpados de algo que você não vê culpa. Por isso, venho aqui simplesmente pedir-lhe desculpas e parabenizá-lo. Desculpa por não ter falado contigo quando você estava ridiculamente não apresentável, por não ter falado no período seguinte (mesmo devido a minha “desculpa” esfarrapada), por ter sido chata e por ter chegado com a “faca na mão” pra cima de você, com “macacas” e tudo o que erroneamente pensava ter direito. Custo a dizer, mas admito minha derrota. Parabéns, campeão!
Só pensava que nossa amizade sobreviveria a uma discussão risível, como das outras vezes.

Com saudade da tua falsa arrogância,

Urso-Pai, a jovem Padawan.

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