Drinking Habits

A gente começa com uns dois copos de vinho, quando a gente é adolescente idiota e quer quebrar as regras só pra dizer que somos adultos. Mas depois de um tempo, a sensação de embriaguez para e só vem os efeitos colaterais do dia seguinte que não são nada agradáveis.
É a primeira vez que a gente jura que nunca mais faz uma coisa que com certeza vai se repetir.
Aí depois a gente cresce, mas só na idade mesmo, porque a cabeça pouco muda, aí a gente começa a beber com os amigos, treinar responsabilidade - e autocontrole - quando é a vez de ser o motorista da vez e a bebida vira uma companheira amável e necessária, só pra dar aquela soltada na galera e a conversa fluir bem mesmo.
Aí começa o jeitinho social de beber, aquela coisa amena, de sexta feira a noite, sábado ou só no domingo, depois de uma semana cão.
Mas aí chega um dia fatídico que alguém, por alguma razão, quebra você e te larga sozinho apertando o replay da história todinha de vocês, pra saber exatamente quando o fim começou e de quem foi a culpa, se você é o único lascado ou se foi uma coisa mútua. Aí isso pega a gente pelo pé e derruba pra gente sentir que não levanta mais.
Aí que começa o hábito - mesmo que um passageiro - porque aquela velha companheira dos happy hours parece que te seda, te pega no colo e diz que tudo vai ficar bem daqui pra frente. Aí, claro, depois de parar, a gente sente aquela dor batendo na gente com um baque e vem efeitos colaterais diferentes: a gente chora, ri, até vomita pra lembrar um pouco de quando a gente era jovem e idiota e depois vem uma sensação de vazio que só quem sente sabe. E o hábito parece algo tentador quando a gente quer largar um problema sem ter que lidar com ele sóbrio, consciente, racional, então a gente bebe até esvaziar tudo que a gente sente de uma maneira esdrúxula que acaba dando certo.
Engraçado como a gente é covarde, né?

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