Disclosing

Eu estou com vontade de escrever e me expressar, mas dessa vez não é por meio de alguma história ou poema. Dessa vez são apenas divagações pessoais, desabafos, pode-se dizer.

Primeiramente, gostaria de falar que eu detesto bancar a "boa moça". Não me peça ajuda a não ser que eu ofereça ou seja de uma área do meu interesse. E não, ajudar os outros não é exatamente uma área do meu interesse. Pode soar egoísmo concentrado... mas não soa, É, e eu admito.

Qual o problema de dizer "não"? As pessoas tem (perdeu o acento diferencial de pluralidade) a ideia errada de que toda vez que alguém pede "por favor", ou se apresenta muito gentil ao pedir um help, elas são meio que obrigadas a ajudá-las. E eu discordo. Se você não sente-se na vontade de ajudar, por que ajudar? Por que ir contra a sua vontade? "Porque senão você será rude" pode ser uma resposta. Mas por que eu seria rude ao apenas obedecer a minha vontade e não a do outro? Num caso desses, acredito que eu estaria sendo rude comigo mesma se eu fizesse uma "boa ação" por sentir-me obrigada, por se tratar de uma convenção social. "Porque um dia você pode precisar de ajuda também" pode ser outra resposta. Pensemos. Para toda ação, há uma reação. Ao escolher determinada opção, eu também estou escolhendo suas possíveis consequências e estou ciente de que terei de lidar com elas. Logo, essa resposta não justifica nada, pois, partindo do pressuposto de que a pessoa que recusa a ajuda tem noção disso, ela está disposta a encarar a consequência de um dia precisar de ajuda e ser negada também. Trata-se de uma questão de escolha e saber respeitar a não-vontade de ajudar o outro.

O que acontece é que, em vez de ser respeitada por sua decisão, a pessoa que negou ajuda é, de certa forma, discriminada. Ela não é bem vista pela sociedade justamente por ela não ter obedecido à convenção imposta pela mesma! Isso não é injusto? Um absurdo? Uma pessoa ser "mal-vista" - ou até "mal-julgada" - por ter escolhido não ser rude consigo mesma em vez de não "ser rude com o próximo"?

Vale lembrar que não estou dizendo "Ê, viva o egocentrismo! Ninguém ajuda ninguém e cada um vive a sua vida!", óbvio que não. Nada contra àquelas pessoas altruístas, de "bom coração" - afinal, o que seriam de muitos se pessoas assim não existissem? - mas eu simplesmente fico irritada com situações em que há uma certa "obrigação" de ajudar o próximo.

Em segundo lugar, aonde foi parar a maturidade de certas pessoas? Pelas barbas de Wotan, AONDE? Porque tem gente que perdeu - ou ainda não encontrou mesmo - e se comporta de uma maneira, no mínimo, ridícula. De onde, DE ONDE, algumas pessoas adquirem a errônea ideia de que outras pessoas lhe pertencem? Pelas barbatanas de Poseidon! Pessoas não são objetos a serem pertencidos ou restringidos! Haja insegurança, não só na relação, mas em si mesmo, para agir assim! Uma coisa é certa: pessoas vem (sem acento circunflexo, segundo a grotesca reforma ortográfica) e pessoas vão. Aí vai uma luz a essas pessoas (porque hoje estou generosa) que pensam tão primitivamente: as que permanecem não permanecem porque te pertencem. Aquelas pessoas que permanecem na sua vida permanecem porque um significado muito além de posse existe. Aos que não depreendem as entrelinhas, eu claramente não estou falando de aspectos físicos por si só, mas da própria relação e seus frutos.

Enfim, em terceiro lugar (e será o último tópico-desabafo por hoje), eu me considero - e acredito ser considerada - uma pessoa muito, mas muito calma. Tenho um autocontrole (sem hífen devido a nonsense citada previamente) incrível. Contudo, como nem todos somos feitos de pedra, algumas pessoas conseguem me tirar da tolerância. Não são nem as pessoas propriamente ditas (quando não estou mal-humorada; convenhamos que mal-humor são outros quinhentos a se discutir, portanto deixemos para um outro dia de desabafo), mas seus comportamentos. Por enquanto essa questão ficará "pelo ar", pois só agora notei em quantos exemplos tenho a citar e trabalhar, coisa que não pretendo fazer agora.

Pararei por aqui, caros leitores.

Comentários

  1. Mas faz sentido não faz?
    Se a sociedade aceitasse pessoas que vão contra seus preceitos estaria indo contra ela mesma! (Assim como você pensa que ser rude com você mesma é não aceitar a sua vontade/direito)
    E cá entré nós, a sociedade gosta de ditar as coisas, e fica com raivinha de quem "só pensa em si" e não pensa nela.
    Enfim, era só um parênteses...

    Mas isso por causa da greve dos ônibus e uma beltrana que faltou aula!
    HSUAHSHAHSUAHSA

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  2. NOSSA, foi o desabafo mais coerente que eu já li, sério.
    Eu concordo com TUDO que você disse, sério mesmo e acho lindo que você esteja se rebelando contra a sociedade e as manias impostas por ela.
    Acho que está na hora de uma "revolução modernista intelectual" nessas pessoas que acham que ainda é legal viver numa ditadura nova.

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