Segurei sua mão quando o ar ficou repleto das palavras que eu havia acabado de vomitar, fria e cínica, nosso fim.
Mas não há porque, não, não havia porque te confortar do meu próprio sofrimento. Essa dor é minha, não sua.
Você me olhou, como se fosse a última vez que você iria me olhar com sentimento, pegou no meus cabelos e deixou essa lembrança comigo, como você sempre mexia nos meus fios e na minha cabeça e em toda a minha vida.
E eu fui embora, sem olhar pra trás, com pressa pelo que podia me esperar agora, com pressa pelo que eu esperava que a partir daquele momento você pudesse fazer, com pressa.
O rubor no meu rosto exteriorizava a raiva que assumia lugar em meu coração, cada passo meu dado com o peso de 1, 2, 3, talvez 4, talvez 6 meses passados, pesados demais para serem carregados sozinha.
E dessa vez não olhei pra trás, depois da batida da porta; ali pensei que seria a última vez que bateria a porta do seu carro; mas dessa vez, daquela vez, não fui eu quem olhou pra trás.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Veranaveia!

Cuide Bem do Seu Amor

All apologies and smiles, yours truly, ugly valentine