Sei
— Não estou conseguindo me concentrar, amor, mas não é por sua causa. Contigo eu já convivo, aprendi a conviver. Mas é que são tantas ideias que me passam pela cabeça que mal consigo acompanhá-las, chega a dar um quê de desespero, sabe? … É até meio ruim, parece que não consigo me concentrar – eu sei que, se eu quiser, eu me concentro, mas, ao mesmo tempo, eu não me concentro, é meio que involuntário... Acho que deve ser esse bombardeio de informações e possibilidades de se fazer com elas.
— É, ia dizer isso...
— Pois é, lembro que li uma reportagem uma vez, não era científica, mas mesmo assim, citava fontes científicas... Dizia que devido a essa agilidade, essa fluidez constante de informações, principalmente o fácil acesso a tudo, modifica algo no funcionamento do nosso cérebro, como se ele passasse a funcionar... como se ele funcionasse como num clicar de página... entende?
— Sim...
— E eu estou à beira do desespero, porque não sei no quê me dedicar... Tenho várias opções, algumas prioritárias, sim... Mas você me conhece, não rendo se o que quer que eu tenha de fazer não capta minha dedicação.
— Sem contar as distrações, né?...
— Sim! Nossa, sim! E como! O pior é que no final das contas eu me sinto impedida, e parece que não fiz nada de útil... novamente! E assim os dias vão se esvaindo... até chegar o prazo final. Ou muito perto disso.
— Aham...
— Me senti desse jeito ontem, des... -não, não é desmotivada, pois motivo e inspiração eu tenho, principalmente recentemente. Mas... impedida! Não é bem impedida a palavra, mas você entendeu, né?
— Aham...
— É assim, sinto como se estivesse... inibida (?) Deve ser. Assisti um filme ontem, me fez sentir melhor, porque me transportou pra outra história um pouco, me fez... Dar um break.
— Sei.
— Mas, amor, não posso viver de filmes. Tenho de trabalhar. E como fazer isso quando se está inibida? Quando seu cérebro tenta adaptar as informações que recebe quase na velocidade da luz e tenta canalizar as inspirações para um propósito? Como render no meu estado? … Amor, o que faço?
— Ah, querida... Relaxe!
— É, ia dizer isso...
— Pois é, lembro que li uma reportagem uma vez, não era científica, mas mesmo assim, citava fontes científicas... Dizia que devido a essa agilidade, essa fluidez constante de informações, principalmente o fácil acesso a tudo, modifica algo no funcionamento do nosso cérebro, como se ele passasse a funcionar... como se ele funcionasse como num clicar de página... entende?
— Sim...
— E eu estou à beira do desespero, porque não sei no quê me dedicar... Tenho várias opções, algumas prioritárias, sim... Mas você me conhece, não rendo se o que quer que eu tenha de fazer não capta minha dedicação.
— Sem contar as distrações, né?...
— Sim! Nossa, sim! E como! O pior é que no final das contas eu me sinto impedida, e parece que não fiz nada de útil... novamente! E assim os dias vão se esvaindo... até chegar o prazo final. Ou muito perto disso.
— Aham...
— Me senti desse jeito ontem, des... -não, não é desmotivada, pois motivo e inspiração eu tenho, principalmente recentemente. Mas... impedida! Não é bem impedida a palavra, mas você entendeu, né?
— Aham...
— É assim, sinto como se estivesse... inibida (?) Deve ser. Assisti um filme ontem, me fez sentir melhor, porque me transportou pra outra história um pouco, me fez... Dar um break.
— Sei.
— Mas, amor, não posso viver de filmes. Tenho de trabalhar. E como fazer isso quando se está inibida? Quando seu cérebro tenta adaptar as informações que recebe quase na velocidade da luz e tenta canalizar as inspirações para um propósito? Como render no meu estado? … Amor, o que faço?
— Ah, querida... Relaxe!
O legal do texto é que você não sabe se o eu lírico tá conversando com ele mesmo ou com alguém que realmente conheça ele muito bem.
ResponderExcluirEu adorei ele. *-*
Concordo em gênero, número e degrau com a Prima.
ResponderExcluir*--------*
Trés bien, ma cher.