Capítulo V - A Jovem Sem Mãos

Um traço característico do Animus é o de ter estatisticamente razão, o que explica por que sucumbimos ao seu atrativo; mas, sobretudo quando é negativo, a infelicidade faz com que não tenha razão na presente situação. Se, por exemplo, dissermos a uma mulher solitária que deveria voltar-se ainda mais para dentro de si mesma, mergulhar na solidão para nela colher suas forças, ela responderá que necessita de relações, de distrações, e que a introversão só agravaria as coisas, pois vive isolada demais. No plano abstrato e racional, isso é absolutamente correto, entretanto, não se aplica a esta determinada situação psíquica. O que é habitualmente verdadeiro, torna-se falso na circunstância, em seu caso individual. Mas não se deve dizer ao Animus que está enganado, porque ele sabe que, de certa forma, tem razão. Deve-se dizer: "Sim, é verdade, mas neste momento preciso a situação não é como você pensa."

O Feminino nos Contos de Fadas, de Marie-Louise Von Franz, p. 135.
(Coleção Psicologia Analítica, Editora Vozes)

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